O outro precisa mudar, mas não faz questão.

Rotineiramente ouço pessoas dizerem que não se sentem ouvidas, que estão desgastadas na relação e sentem que não há solução, apesar de estarem sempre mencionando para o outro da relação o que é importante para si e o que fere os seus limites. Reafirmam estarem cansadas de tanto dizerem o que é importante para si e da necessidade do outro mudar para que a relação possa ser melhorada, mas o outro não se propõe à mudança.

O cerne da questão parece, então, em como essa pessoa, que já apontou os seus limites e segue frustrada porque o outro não muda, se posiciona diante disto? O que fazer se você não obtém do outro algo que tanto solicita? Vale pensar que existem coisas, nas relações, que estão nos ideais e que nem sempre irão acontecer. Às vezes é um tipo de relação que está sendo idealizada apenas por uma parte e o outro tem outras perspectivas que não são aquelas que se espera e deseja que se faça um pelo outro.

Deste modo, o outro responde como negativa: “eu não vou mudar por você ou para a nossa relação”, seja por não se interessar ou por não ter subsídios para isso ou o que quer que seja; e quem demanda a mudança continua a esperar e a demandar mudanças. É importante ressaltar que, ficar nessa posição de esperar que o outro mude para melhorar é se colocar num lugar de incapacidade, e sim, não tem como controlar ou determinar as ações do outro. Mas, e se o outro não faz?

É necessário observar se, de fato, o seu limite não está sendo respeitado nessa relação e se, neste caso, seja você a decidir o que precisará fazer frente ao que o outro nega para você. Respeite você, os seus limites! Isso é autocuidado. O desgaste que aparece nessa demanda de esperar que o outro mude quando esse outro não se desdobra para isso, é sinal que você está investindo muita energia em algo que não está recebendo retorno. É energia gasta sem ser carregada; investimento sem retorno.

Se não há negociação para os ajustes necessários, como você se comportará diante disto? Como você pretende ajustar a sua vida, as suas expectativas, as suas atitudes para que seja possível cuidar do que é inegociável para você e que você julga tão importante nesta relação e fundamentalmente, em sua vida? Quais escolhas fará que virão como forma de aliviar o seu sofrimento?

O processo terapêutico pode ser um aliado e servir como ajuda para você sustentar as suas escolhas. Buscar ajuda já te aponta um grande passo em direção ao seu autocuidado. Se precisar de ajuda, conte comigo!

Rosilene Celestina Ribeiro

Psicóloga Clínica CRP 04/55632

Especialista em Psicanálise e Saúde Mental

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